quinta-feira, 30 de maio de 2019

Sessão Nostalgia: DURO DE MATAR


Inaugurando a Sessão Nostalgia no BLOG DO ONARI, vamos relembrar um clássico da Sessão da Tarde: DURO DE MATAR. Ano passado o longa completou 30 anos e ainda é considerado por muita gente (eu incluído) como o maior filme de ação de todos os tempo! Mas será que ainda é tão bom assim?

Para as plateias de hoje, é difícil explicar a importância de DURO DE MATAR. Lembro bem de quando assisti a esse filmaço. O ano era 1988, tinha 13 anos e fui ao cinema sozinho, já que tinha acabado de mudar de cidade e ainda não tinha muitos amigos. Além disso, esse filme (ainda) não era muito badalado, por isso a sala estava praticamente vazia. Eu não tinha ideia do que esperar, mas tinha lido críticas positivas, a maioria comentando que era um bom filme de ação estrelado por um ator de uma série de TV. Bruce Willis era conhecido pela série A GATA E O RATO, uma mistura de policial e comédia romântica. Assim, naqueles tempos em que os principais astros dos filmes de ação eram  brucutus anabolizados como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stalone, causou uma certa estranheza a escalação de Willis, bem mais franzino e com porte de "homem comum".


O enredo era bem típico de um filme B de ação: um prédio de Los Angeles é tomado por terroristas e um policial sozinho tem que dar conta da situação, até porque sua esposa está entre os reféns. John Maclane, o protagonista, é um policial de Nova Iorque que é pego de surpresa e tem que improvisar com apenas uma pistola e descalço! Heróis de ação comuns e vulneráveis eram novidade na época, embora 1 ano antes, em MÁQUINA MORTÍFERA, Mel Gibson tenha vivido um policial atormentado e à beira do suicídio; mas Martin Riggs estava longe de ser um policial comum (já que era louco, perito em armas de fogo e artes marciais - tanto que ele é a arma do título!). Os coadjuvantes (incluindo os vilões) também são ótimos, mas o protagonista é o grande destaque. John Maclane era esperto, sarcástico e irritava os terroristas com piadas, mas também se dava mal durante todo o filme (raramente se via um herói se machucar tanto em um longa). Apesar de ser um homem comum, as peripécias que ele protagonizava eram as mais incríveis que o cinema já tinha visto - e a gente acreditava!

Saí do cinema com o queixo no chão. Lembro que o meu pensamento era "isso é muito melhor que RAMBO", o que resume bem o que o filme representou. Até aquele momento, as referências de filme foda de ação era RAMBO II e COMANDO PARA MATAR (lançados em 1985), com os heróis indestrutíveis no formato do exército de um homem só. DURO DE MATAR mudou tudo isso.


As melhores cenas incluem o primeiro embate entre Maclane e um dos terroristas, a explosão de um elevador; Maclane falando sozinho dentro das tubulações de ar; o combate com Karl, o alemão casca-grossa de cabelos loiros compridos; a icônica explosão no topo do prédio e o clímax. Mas na minha opinião, a melhor cena é o primeiro encontro entre Maclane e Hans Gruber (Alan Hickman), o líder dos terroristas: aparentemente sem saber quem ele é, Maclane entrega uma arma a Hans, que tenta atirar no policial e percebe que a pistola está sem balas e que o nosso herói é bem mais esperto do que parece.




As cenas de ação eram tão espetaculares que inspiraram todos os filmes subsequentes, criando quase um subgênero. Depois dele, quase todo filme de ação era um "Duro de Matar" em algum lugar: um ônibus (VELOCIDADE MÁXIMA), um navio (VELOCIDADE MÁXIMA 2, FORÇA EM ALERTA), um trem (FORÇA EM ALERTA 2), um avião (PASSAGEIRO 57, MOMENTO CRÍTICO), um submarino (MARÉ VERMELHA), um presídio (A ROCHA), e por aí vai... Assim, podemos dizer que DURO DE MATAR criou a fórmula do filme de ação moderno.


O legado de DURO DE MATAR vai além dos filmes que inspirou. Gerou  inevitáveis continuações (quatro até agora), com graus decrescentes de qualidade. Bruce Willis virou astro de ação e os heróis (principalmente nos anos 90) deixaram de ser obrigatoriamente bombados indestrutíveis e passaram a ser mais próximos do homem comum.

DURO DE MATAR ainda é o melhor filme de ação de todos os tempos. Espectadores mais jovens podem achar lento e datado, já que tudo o que tem no filme provavelmente já foi visto antes por eles. Aí é que está: antes de DURO DE MATAR, ninguém tinha visto... Arrisco dizer que se DURO DE MATAR não existisse, vários filmes também não existiriam, e, quem sabe, todo um gênero...

POR HOJE É SÓ! ATÉ A PRÓXIMA!

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